Fragmentos de mim: Belezas e injustiças...

domingo, 9 de setembro de 2012

Belezas e injustiças...

Parece injusto, mas assim como o canto do pássaro preso na gaiola, por ser triste, parece mais belo, do mesmo modo soam algumas canções. Também as poesias mais lindas parecem ter um certo ar de tristeza, como se a dor tivesse o poder de se transmudar e transfigurar-se em beleza.
O difícil é que a tristeza cansa a alma... se não cansasse, não me importaria ser beleza a vida inteira. E a dor machuca tanto que chego a sentir pena de mim. Pobre de mim que sinto dor de saudade, que vejo em cada ser algo único e tremo com a possibilidade de não mais vê-los. Pobre de mim que, esquecida pelos outros, preocupa-se com eles e sente, como ninguém, a dor do abandono. Pobre de mim, que por amar demais, fala idiotices, joga o orgulho fora, perdoa e ainda se sente culpada...
Pobre de mim que me sei um ser incomodador, que entende isso e fica triste consigo mesma, pois os outros têm razão em não estar dispostos a me ver ou falar comigo quando os procuro... Pobre de mim que, de tão habituada às críticas, não sabe receber elogios. Que não saberia o que fazer, se um dia fosse amada verdadeiramente...
Sou um ser incomodador porque incomoda a dor da saudade e do abandono... arde a alma de tal forma, que somente uma palavra vinda de alguém querido é capaz de aliviar a dor e o cansaço de senti-la.
Ah, se as pessoas soubessem como é sagrado um ser humano... jamais contribuiriam que alguém sofresse em vão.
Será que ser feliz é isso? Lidar com as frustrações e amar as pessoas, mesmo as tendo distantes ou por vezes indiferentes?
Ah, pobre de mim, pobre de mim que não sei amar sem querer para mim o Ser Amado... Porque não tê-lo é triste, mas conserva a beleza de seu regressar. Ao menos enquanto existir o regresso...

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