Fragmentos de mim: 2022

domingo, 16 de janeiro de 2022

Para falar de saudade...

 Gosto de música, de cores, de sabores, sons e olhares. Sou pessoa de sentir, se mais sentidos tivesse além dos cinco clássicos, todos seriam minha prioridade. Todos estariam a serviço de sentir a vida, tocá-la, degustá-la.

O sentir maior, paradoxalmente, não está em nada disso, mas se faz pela ausência, por uma atitude, e não é pela atitude, mas, sobretudo, por quem a executa. Sou sensível demais ao que é invisível aos olhos e o impacto da ação da pessoa será sempre proporcional ao quanto ela representa para mim, em mim.

Isso tudo é proporcional ao tamanho da minha alma, da dimensão da minha capacidade de sentir, de lidar comigo mesma e com a aventura de estar viva. Estava, por exemplo, sentindo saudade de escrever e hoje essa vontade tornou-se tão grande que se transbordou em palavras e aqui estou. 

Sei que estou há meses a escrever versos, contos e crônicas dentro do meu coração e hoje senti vontade de expor... porque não há nada que façamos ao mundo que não tenhamos feito, antes, a nós mesmos (as). Trago para o mundo um pouco do processo e do resultado do que tenho feito a mim mesma. 

Estou sempre de malas prontas para chegar e me retirar de onde e de quem for preciso. Às vezes vou embora feliz e aliviada, às vezes vou embora porque percebo que não querem que eu fique. 

Passo um tempo onde me abraçam com o olhar, onde a conversa flui. Devolver o silêncio a quem busca interação é uma excelente forma de mandar alguém embora. Eu sou orgulhosa, não peço para ficar, mesmo querendo. Mas minha bagagem é leve porque a distribuo e a renovo pelo caminho.

A natureza humana é estar em trânsito e transformação e eu quero sempre estar em movimento, sendo cores, sendo sabores, músicas, movimento.