Fragmentos de mim: fevereiro 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

SOBRE PÁSSAROS E PÉTALAS

Amar sozinho é ser pássaro com uma única asa.
Apenas anda torto, em vão,
Não voa...
Busca, no solo, cruzar pelo céu da felicidade que sempre será incompleta.

Amar sozinho é ser pássaro dentro de uma gaiola de portas abertas
E... mesmo assim... decidir não ir embora
É optar por estar preso...
Não tem sabor a liberdade
Desfrutada na mais sublime solidão...

A verdadeira beleza do ser só é vista pelos olhos de quem a procura,
Só a enxerga quem esquece os defeitos e limites
Só a sente quem capta a sua luz...
Luz invisível, abstrata, imutável...
Embora ajustável a todos os seres.

Sou um pássaro de uma asa só,
Sou a ave que, mesmo numa gaiola aberta, decide ficar...
Sou a liberdade de estar presa,
Sou a beleza que passou,
Sou incompleta...

Sou como a pétala,
Que lançada ao chão no desfalecer da beleza da flor,
Sou esmagada pelos pés de quem, um dia,
Sentiu o meu perfume...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

UM POEMA, APENAS

Conceitos não fundamentados
Ideias não comprovadas
"Sentidos" muito aprofundados
Certezas ausentes
Palavras desconexas

Sem necessidade de provas
Textos, para quê?
Não há lógica
A razão é dispensável

Há apenas coisas que dizem
Jogadas ao léu
Uma textualidade distorcida, deturpada

Coesão inexistente,
Coerência sentida,
Naturalmente abstraída...

Um poema, apenas