Fragmentos de mim: março 2013

quarta-feira, 6 de março de 2013

Eu tenho um amor...


Descobri, depois de muito quebrar a cara que o amor não dói,
Que é a falta de amor que faz doer e sofrer...
Que a chama que aquece a paixão, excita a alma, é gostosa e ardente,
Mas não é amor... Ela apaga, e ainda bem, pois suas chamas queimam os tecidos da pele da alma...
A chama do amor, por sua vez, tem o mesmo excitar da paixão, mas o sabor é diferente: é encorpado, pois a chama do amor, aquece sem ferir...

Depois de um tempo, percebi
Que amar não é concordar, mas respeitar alguém que, mesmo tendo todas as diferenças do mundo, continua sendo insubstituível...
Que pessoas que nunca brigaram, que jamais sentiram o fel das diferenças não sabem se amam verdadeiramente,
Não é que o amor precise de provas forçadas,
É que é fácil amar se não há do que se irritar...

Depois de muito sofrer, percebi que não preciso sentir dor, amargura ou insegurança para amar. Que o amor dispensa humilhações e exige pisar no chão, em terra firme, para existir...
Que as chamas do amor são diferentes, pois permanecem acesas após os baldes e cachoeiras de água fria que as relações humanas nos impõem.
Descobre-se que se tem um amor quando após gritar pro mundo inteiro que não sente mais nada, que não há razões para isso, que tudo acabou, que era uma guerra (e que finalmente acabou)
Uma voz bem doce e suave feito brisa canta dentro da alma, dizendo que na verdade, agora é que se ama mais...
Que não importa se há dias de solidão, pois a alma do amante nunca está só...
Depois de tudo, descobri, finalmente, que tenho um amor,
Que buscarei quando sentir saudades, que encontrará as portas abertas, pois não é prisioneiro...
Que voltará sem que eu exija isso,
E que continuarei a viver (embora não de forma tão plena), mesmo sem sua doce e prazerosa companhia...