Fragmentos de mim: setembro 2012

domingo, 30 de setembro de 2012

Os supra-sumos

O dia mais lindo é o vivido com vontade,
A alma mais linda é a que esquece a maldade,
O momento de ser feliz é o agora,
A pessoa mais linda do mundo é a que se ama...

Os melhores momentos, os vividos com exclusividade
A maior beleza é a que dispensa maquiagem,
A verdadeira paz é a que está no lar,
O melhor abraço é o do corpo cuja alma se ama...

A perfeição é a consciência tranquila,
O melhor tempero é a fome,
O maior defeito é não se aceitar,
A melhor casa é a nossa.

domingo, 23 de setembro de 2012

Ai, palavras...

Ai, palavras!
Tão cegas,
Tão mudas,
Tão nuas,
Tão minhas...

Minhas amigas e minhas maiores traiçoeiras,
Palavras que me deixam no vazio do silêncio quando mais necessito,
Palavras que me permitem falar asneiras quando deveria calar-me...
Palavras que me abrem caminhos,
Com que me fecham as portas...
Ai, palavras!

Tão vazias, tão frias,
Tão morte, tão vida...
Refúgios de minhas dores,
Canção com que canto meus amores...
Construtoras e destruidoras de mim,
Marco de início e do fim...
Ai, palavras!



domingo, 9 de setembro de 2012

Belezas e injustiças...

Parece injusto, mas assim como o canto do pássaro preso na gaiola, por ser triste, parece mais belo, do mesmo modo soam algumas canções. Também as poesias mais lindas parecem ter um certo ar de tristeza, como se a dor tivesse o poder de se transmudar e transfigurar-se em beleza.
O difícil é que a tristeza cansa a alma... se não cansasse, não me importaria ser beleza a vida inteira. E a dor machuca tanto que chego a sentir pena de mim. Pobre de mim que sinto dor de saudade, que vejo em cada ser algo único e tremo com a possibilidade de não mais vê-los. Pobre de mim que, esquecida pelos outros, preocupa-se com eles e sente, como ninguém, a dor do abandono. Pobre de mim, que por amar demais, fala idiotices, joga o orgulho fora, perdoa e ainda se sente culpada...
Pobre de mim que me sei um ser incomodador, que entende isso e fica triste consigo mesma, pois os outros têm razão em não estar dispostos a me ver ou falar comigo quando os procuro... Pobre de mim que, de tão habituada às críticas, não sabe receber elogios. Que não saberia o que fazer, se um dia fosse amada verdadeiramente...
Sou um ser incomodador porque incomoda a dor da saudade e do abandono... arde a alma de tal forma, que somente uma palavra vinda de alguém querido é capaz de aliviar a dor e o cansaço de senti-la.
Ah, se as pessoas soubessem como é sagrado um ser humano... jamais contribuiriam que alguém sofresse em vão.
Será que ser feliz é isso? Lidar com as frustrações e amar as pessoas, mesmo as tendo distantes ou por vezes indiferentes?
Ah, pobre de mim, pobre de mim que não sei amar sem querer para mim o Ser Amado... Porque não tê-lo é triste, mas conserva a beleza de seu regressar. Ao menos enquanto existir o regresso...

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Sobre as saudades e outras coisas...

E na busca intensa de mim, descubro que ainda não aprendi nada, pois nos momentos mais árduos, as teorias simplesmente não funcionam e vejo desabarem todas as imaginárias cenas de meu sucesso. Seria eu um exemplo clássico de fraqueza ou loucura?
Confesso que de todos os medos, o que mais me amedronta é o de perder a razão. E ele aumenta cada vez que o percebo tão perto e cada instante que te percebo tão distante... desejo que o tempo corra e me mostre como será o final dessa história. Simultaneamente, desejo que ele volte, não muito, mas que retroceda ao teu último momento ao meu lado para que, novamente eu sinta a sensação de estar viva. É difícil viver da morte lenta que é estar distante de quem eu mais queria perto.
É estranho perceber que vivo sem sentir o calor de vida, pois ele se vai cada vez que a despedida se aproxima e eu te abraço, te abraço como se nunca mais o fosse fazer na vida. Eu te beijo, te beijo como se buscasse a última chance de sobrevivência em seus lábios e no calor de teu abraço...
É torturante a sensação de abandono, a saudade que só aumenta e a certeza de que ela não acabará, pois como um rio, a vida corre sempre e sem volta...
Onde estão todas as teorias que aprendi e de que tanto falo, quando mais se me fazem necessárias? Onde estão as eficácias dos conselhos que, em silêncio, ou em murmúrios, presenteio-me todos os dias e todas as horas em que a dor parece que vai me sufocar? Onde estão as respostas e a cura desta dor tão grande  que torna os dias tão lentos e pesados de viver?
Não sei, não saberei jamais... e se saber significar jogar fora o meu sentir, prefiro morrer de dor enquanto vivo, somente para correr o risco de encontrar você e me sentir viva de novo...